Março 2018-2 | Revista O Meu Bebé

Março 2018-2

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A conquista do euá

Não se nasce com a consciência de ser indivíduo: é algo que se elabora ao longo do tempo. Vejamos como a criança vai criando, pouco a pouco, a sua identidade.

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Qual é a conquista mais importante no desenvolvimento do ser humano? A palavra? A capacidade de andar, de manipular um objeto, de amar? Todas elas são metas fundamentais, porém, nenhuma seria possível se o indivíduo não possuísse a consciência de existir como tal.
• Porém, não se nasce com esta consciência, ainda que o objetivo seja alcançado graças a uma série de cuidados muito concretos por parte dos pais: abraços, mimos, estímulos ao olfacto e à audição, movimentos e estimulação cutânea.
Durante os três primeiros meses de vida, o bebé não é capaz de sentir onde termina o seu próprio corpo e onde começa o da mãe. É precisamente na etapa a que os psicólogos chamam “angústia dos oito meses”, que surge a consciência de a mãe não estar sempre ao seu lado, e de o mundo estar repleto de estranhos, o que gera ansiedade à criança.
No entanto, a conquista do sentido de si mesma, ao longo do tempo, acompanha o desejo de conhecer, explorar e comunicar a sua existência aos outros. Nesta procura existe uma fase que pode chegar a ser um pouco desesperante para os pais, embora seja decisiva e positiva para a criança: a fase em que comunica a sua vontade através de uma palavra repetida até à exaustão: o “não!”.
Trazemos-lhe alguns pontos de reflexão para que saiba como ajudar o seu filho a ter consciência de si mesmo.

FEZ TODO O POSSÍVEL PARA CRIAR UM AMBIENTE À MEDIDA DO SEU FILHO?
Não havendo espaço para um quarto próprio, por vezes é suficiente preparar um cantinho da casa, ainda que seja limitado por uma cortina ou um biombo. O objetivo é o de que o bebé possa expressar-se como indivíduo, brincando livremente e permanecendo sozinho, sem partilhar continuamente o espaço doméstico com os seus pais.

CORRE PARA O BEBÉ LOGO QUE O OUVE CHORAR?
Saber que a mãe está sempre disposta a intervir é bom para a criança e para a sua sensação de segurança.
Porém, muitos psicólogos infantis recomendam introduzir um pequeno intervalo entre o mau-humor da criança e a resolução do seu problema. Por exemplo, falar daquilo que sucede (“Tens fome?”, “Queres miminhos?”, “É verdade, é preciso mudar-te a fralda”, etc.). Deste modo, não só se satisfazem as suas necessidades materiais ou físicas, mas também aquelas que estão relacionadas com o diálogo e a comunicação afetiva. E, enquanto lhe transmitimos a confirmação da nossa disponibilidade, permitimos-lhe ter uma sensação de espera que a ajudará a criar as primeiras estratégias para enfrentar o seu mal-estar.

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O SEU FILHO FAZ UMA BIRRA QUANDO TEM DE TIRAR A ROUPA?
• Trata-se de um comportamento diretamente relacionado com a consciência de si próprio. Até ao primeiro ano, a criança não tem os seus limites físicos muito claros. Por outro lado, qualquer forma de contenção (como os braços dos pais ou a mantinha do berço) permitem-lhe identificar uma linha de demarcação. A mesma coisa sucede com a roupa; as camisolas, calças, meias e sapatos, ajudam a que se sinta “contida”.
Estes comportamentos podem prolongar-se até aos dois ou três anos, precisamente porque a roupa mantém uma função de “casca” protetora. A tal ponto que, por vezes, podem ser úteis para ajudar a criança a suportar as primeiras separações com os seus pais.

A CRIANÇA FALA DELA PRÓPRIA NA TERCEIRA PESSOA?
Por vezes preocupamo-nos porque uma criança que já se expressa corretamente não diz, por exemplo, “Eu tenho fome”, mas sim “ O João tem fome”.
O uso correto do pronome pessoal coincide, mais ou menos, com a altura em que a criança, para além de adquirir a consciência corporal de si mesma, começa também a formar a sua própria representação mental, como se pudesse observar-se a si mesma do exterior. Sem uma imagem abstrata, a criança nem sequer é capaz de reconhecer a imagem de carne e osso. Em frente ao espelho, antes dos 18 meses, dificilmente se irá dar conta que o espelho reflete a sua figura e não a de outra pessoa.

A SUA FILHA ESTÁ MUITO LIGADA AO PAI?
Muitos meninos “fazem a corte” à sua mãe, do mesmo modo que algumas meninas estão convencidas que casarão com o pai quando crescerem
.

Esta fase, que costuma ter início por volta dos 24-20 meses, representa uma etapa fundamental na construção de si própria: a identidade sexual. As crianças dão-se conta de que existem diferenças anatómicas entre rapazes e raparigas, e começam por manifestar uma predileção (temporária) pelo progenitor do sexo oposto.

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XPSICOLOGIAX

Se chupa no dedo: quando deve agir?

Este é um comportamento muito frequente nas crianças, já que as relaxa e tranquiliza. Porém, se se converte numa prática constante e se prolonga no tempo, é necessário intervir.

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NOS MAIS PEQUENHOS, É UM GESTO NATURAL
Nos casos em que a lactância foi vivida satisfatoriamente, é mais provável que a criança não precise de recorrer a formas de compensação oral. De qualquer modo, para além disto, o hábito de pôr um dedo na boca é algo normal e frequente. Trata-se de um ato que gera prazer e relaxa a criança, e tende a desaparecer com a mesma naturalidade com que se iniciou, em geral, por volta dos três ou quatro anos.
Algumas crianças, depois de chorar, metem o dedo na boca para se tranquilizarem, enquanto que outras o fazem antes de dormir para relaxar. São formas de satisfação que, em parte, substituem o prazer de sugar no peito da mãe, no biberão ou na chupeta. Reprimi-las é contraproducente: correria o risco de criar uma condição de nervosismo à criança que, por exemplo à noite, dificultaria o sono.
No entanto, quando chuchar no dedo se converte em algo constante e contínuo, e se prolonga para lá do início da escola, é conveniente intervir. Explicamos-lhe como corrigir este costume de maneira natural.

MIMOS E NOVOS ESTÍMULOS
Não se pode pensar em eliminar a sucção do dedo sem, de algum modo, substituir esse hábito de consolo.
O segredo pode residir em recorrer a objetos “paliativos e de transição”, como uma mantinha. Antes de dormir também pode criar esse ritual partilhado em que consiste, por exemplo, ler-lhe uma história que a faça sentir-se envolvida e relaxada.
As crianças que têm o hábito de chuchar no dedo simplesmente procuram a ternura. Neste caso, pode dizer-lhe: ”Chuchar no dedo não serve para nada; está aqui a mamã para te dar mimos”. Resumindo, é bom habituar-se a pôr nomes às suas necessidades mais profundas.
O hábito de chuchar no dedo também reflete a tendência a concentrar-se muito em si própria, quando a criança necessita projetar o seu interesse cada vez mais em direção ao exterior. Será importante oferecer-lhe novos estímulos, envolvendo-a em atividades manuais e criativas, úteis não apenas na distração, como também para desenvolver gradualmente a sua interação com o ambiente.
Se a criança receber dos pais um apoio positivo à sua vontade de crescer, abandonará os velhos costumes mais facilmente. Por exemplo, se a criança ajuda a mãe a organizar o seu quarto, graças aos resultados obtidos (que lhe permitem sentir-se mais crescida), a necessidade de recorrer à sucção do dedo irá diminuir, porque diminui a necessidade de auto-consolo.

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NÃO AOS MÉTODOS DE PUNIÇÃO
Antigamente existia o costume de dissuadir a criança, a este comportamento classificado como “vício”, untando-lhe os dedos com uma substância amarga. Mas a sucção é uma prática que tranquiliza e relaxa, e, como tal, a criança não deve ser obrigada a abandoná-la.
O “impulso oral” da criança não deve ser reprimido, nem sequer ao prolongar-se mais além do período do desmame. Nesta etapa, que implica uma profunda mudança alimentar e psicológica, também se gera uma compreensível dose de ansiedade. A criança sente curiosidade pelos novos alimentos mas, ao mesmo tempo, ainda deseja estar longe deles e recuperar a intimidade do contacto com a pele da mãe durante a toma.
O bebé que chucha no polegar, em outros dedos ou em parte da mão fechada, fá-lo independentemente da sensação de fome. No seu imaginário é como se revivesse o contacto satisfatório e tranquilizante do peito materno.

CUIDADO COM AS MALFORMAÇÕES DO PALATO
Existe um risco real de deformação do palato na criança que chucha no dedo continuamente?
• Os dentistas estão de acordo em que, se este hábito se prolongar para lá dos três ou quatro anos pode existir perigo real de deformação da cavidade oral e com efeitos negativos na dentição.

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Peles sensíveis

A dermatite atópica é um problema de pele que provoca secura, irritação e sensação de tensão cutânea. Vejamos como tratá-la adequadamente.

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AS CAUSAS
As causas que podem dar origem à dermatite atópica são extremamente variadas, entre elas destacam-se dois fatores:
Reações imunitárias de tipo hipersensível, relacionadas com a predisposição genética.
Anomalias da barreira cutânea que geram disfunções. Na pele das crianças “atópicas”, o cimento intercelular altera-se devido a uma deficiência do conteúdo lipídico. A pele é mais porosa e permeável, perde facilmente o seu componente água e também seca e greta com maior facilidade. O stress é considerado um dos elementos que despoleta a dermatite atópica, tal como as mudanças bruscas de temperatura, a transpiração excessiva ou a exposição à poluição.

SINTOMAS E TRATAMENTO
O eczema atópico costuma surgir pela primeira vez na infância.
A pele seca-se e forma zonas avermelhadas onde aparecem pequenas erupções. A criança sente uma intensa comichão, que faz com que se coce e, por consequência, pode provocar lesões. A dermatite atópica pode ser acompanhada de intolerâncias alimentares, doenças alérgicas e, inclusive, problemas de sono, já que o incómodo aumenta durante a noite.
O diagnóstico de dermatite atópica é facilmente efetuado pelo pediatra, observando a pele da criança e analisando o historial familiar. Uma vez diagnosticado o problema, a criança deve ser acompanhada pelo pediatra ou/e dermatologista em visitas periódicas.

CONSELHOS PRÁTICOS
Para reduzir os sintomas, espaçar as erupções e reforçar a barreira cutânea, existe uma grande variedade de produtos disponíveis no mercado. A isto pode somar alguns cuidados diários básicos:
Medidas de higiene. É recomendável fazer banhos curtos e com água morna. Também se aconselha a evitar as esponjas de banho, e secar a criança com uma toalha sem a esfregar.
A roupa. É preferível o uso de roupa com materiais como o algodão ou de tecidos de tolerância elevada como a seda ou as fibras finas.
Psicologia. Em algumas ocasiões, existe uma relação entre a dermatite atópica e as emoções. Por este motivo, recomenda-se unir um tratamento psicológico ao tratamento cutâneo, nas crianças mais crescidas.

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Cabelo forte e saudável
A queda de cabelo pode ser mais intensa após o parto. Aqui ficam alguns conselhos para reforçar o seu cabelo e conseguir que volte a ter aquele aspeto saudável e brilhante.

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MÁXIMO ESPLENDOR NA GRAVIDEZ
Os nove meses de gravidez constituem uma espécie de tratamento de beleza para o cabelo: o seu cabelo cresce mais do que o habitual, é mais espesso e brilhante, até ao ponto de parecer que teve um tratamento revitalizante.
Isto deve-se aos elevados níveis de estrogénio que, durante este período, aumentam consideravelmente e provocam uma série de alterações com benefícios para o cabelo: intensificam a substituição de células do couro cabeludo e melhoram a circulação sanguínea a nível epitelial. Também possuem a capacidade de reduzir a secreção sebácea, de modo que, se o seu cabelo é habitualmente gorduroso, pode esquecer este problema pelo menos durante um tempo.

DEPOIS DA CHEGADA DO BEBÉ
Após a gravidez, o nível de estrogénio diminui repentinamente, e o cabelo perde vitalidade e cai em maior quantidade.
O stress vivido pela mãe durante o parto contribui para agravar a queda. O parto, especialmente se for difícil e longo, pode aumentar a presença de algumas hormonas masculinas (como a testosterona), que aceleram o metabolismo dos folículos pilosos, obrigando-os a realizar um trabalho excessivo que lhes causa fadiga.
Cerca de três meses depois do parto (quando se produzem os efeitos da redução de estrogénio), o cabelo começa a cair em maior abundância, dando lugar àquilo que os especialistas chamam telogen effluvium, um processo natural onde ocorre uma substituição e queda de cabelo mais intensos do que o habitual.

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AVALIAR A SITUAÇÃO COM CALMA
É completamente normal perder entre 60 a 100 cabelos por dia: este é um sinal de que o ciclo vital do cabelo se mantém ativo.
Não obstante, é necessário submeter-se a uma revisão dermatológica se: após a gravidez, o cabelo tornou-se mais fino e perdeu volume; os cabelos que caem não possuem o mesmo comprimento; quando se penteia e faz a risca, esta separação é grande e deixa ver o couro cabeludo.
Todos estes casos são sinais de queda excessiva de cabelo, que convém ser analisada pelo especialista. É provável que apenas se trate de uma consequência da gravidez, mas é preciso pensar na probabilidade de se dever a uma anemia, já que a carência em ferro é um problema que surge frequentemente após o parto.

 O QUE DEVE FAZER
A alimentação: na dieta da recente mãe não deve faltar fruta, verdura (que fornecem vitaminas e minerais), carne, peixe, ovos, legumes e vegetais de folha verde, já que contêm cistina, um aminoácido que faz parte da queratina, a proteína principal das células dos folículos.
O relaxe: procure evitar as situações de grande stress, tanto físicas como emocionais.
Os cuidados: pode utilizar, durante três meses, produtos específicos para o crescimento do cabelo; são ricos em vitaminas, aminoácidos e extratos vegetais com antioxidantes em abundância, que diminuem os estragos dos radicais livres.

OBRIGADO POR LER
O MEU BEBÉ

Irá receber o seguinte número da revista
na próxima semana

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